Entre as ondas de rádio e as vibrações espirituais: a história de um sacerdote umbandista

O capítulo que segue trata de um tema fascinante: a conexão entre engenharia e espiritualidade, mais especificamente, entre um engenheiro e um sacerdote umbandista.

O autor deste livro é um engenheiro que se interessou pela umbanda desde muito jovem. Durante o mesmo período em que iniciou seus estudos universitários em engenharia, ele também mergulhou nos estudos sobre a ciência das comunicações, especialmente em telecomunicações.

Desde os seus 14 anos de idade, já era radioamador e realizava experiências e montagens de antenas, radiotransmissores e receptores, vivia imerso num mundo de vibrações, ondas, vetores e fasores.

A magia das ondas de rádio sempre me atraiu e, além do conhecimento técnico, elas me serviam como um guia para uma experiência mística. Neste período, eu também me sentia atraído pelo espiritismo e pelas comunicações mediúnicas, assim como pelas experiências feitas por cientistas do século XIX, tais como Allan Kardec, Ernesto Bozzano, Gabriel Delane, William Crookes, entre outros.

Todas essas pesquisas sobre a vida e a morte, ou melhor, a vida após a morte, e as comunicações mediúnicas com vidas inteligentes em outras dimensões eram temas que o autor achava extremamente interessantes.

Também explorei algumas experiências com a sensibilidade das plantas, assunto muito comum naquela época, assim como o efeito Kirlian, o que me levou a mergulhar cada vez mais neste universo.

Outro assunto que se tornava bastante popular era a transcomunicação instrumental, que, por sua natureza, era um assunto bastante pesquisado por mim.

Minha vida como adolescente era recheada desses assuntos. Foi então que, um dia, tive a oportunidade de conhecer a Umbanda, que me encantou de tal forma que nunca mais me afastei.

Foi amor à primeira vista, mas confesso que, inicialmente, houve alguma resistência intelectual. Acreditava que, minha paixão pela tecnologia e a umbanda, eram dois opostos e que não combinavam, mas hoje acredito que esses opostos enriqueceram minha vida e minha visão sobre ela.

A partir desse momento, comecei a explorar a conexão entre minha formação em engenharia elétrica e minha espiritualidade umbandista, o que me levou a me aprofundar no estudo da Umbanda e, futuramente, me tornar um sacerdote umbandista.

Este caminho me fez buscar ainda mais conhecimento sobre as conexões entre ciência e espiritualidade.

Este capítulo é, portanto, uma reflexão sobre a minha jornada, que partiu de uma paixão pela tecnologia e telecomunicações para descobrir um mundo espiritual rico e cheio de possibilidades e sobre como tenho buscado integrar esses dois mundos em minha vida pessoal e profissional.

Com muita insistência fui obtendo respostas dos meus mentores espirituais, principalmente do Caboclo Mata Verde e do Exu das Sete Encruzilhadas, que generosamente me apontavam caminhos para percorrer e encontrar as respostas.

Com base na minha experiência, procuro demonstrar que as fronteiras entre a ciência e a espiritualidade não são tão rígidas quanto parecem e que, muitas vezes, é possível encontrar conexões profundas entre esses dois universos aparentemente distintos.

É possível abordar a Umbanda de maneira realista, objetiva e racional, baseada em fatos e evidências concretas, sem fantasia ou exagero, buscando compreender a realidade de maneira prática e pragmática, sem idealizações ou ilusões.

Esta abordagem difere da visão cultural, subjetiva e mística que se baseia nas crenças e valores de uma determinada cultura, influenciada pela subjetividade e pelos aspectos emocionais e psicológicos das pessoas que a praticam, e que se baseia somente em tradições, mitos, lendas, rituais e práticas religiosas.

É importante considerar que a Umbanda, como qualquer outra religião ou prática espiritual, pode ser compreendida de diversas formas, e a escolha da abordagem dependerá do objetivo e da perspectiva de quem a estuda.

Neste livro, estaremos navegando por esses dois universos, buscando encontrar respostas para muitas dúvidas.

O texto acima pertence ao Livro “Umbanda – Reflexões sobre as sete forças primordiais” Manoel Lopes.

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